GERAL

Preocupados com frequência de acidentes, moradores do centro de Carazinho se mobilizam com abaixo assinado

Foto Divulgação

 

Moradores do centro de Carazinho, no entorno das ruas Alferes Rodrigo, Silva Jardim e Marechal Floriano, estão preocupados com a frequência de acidente de trânsito naqueles cruzamentos. Para pedir providências dos órgãos competentes, eles estão mobilizados com um abaixo assinado. O documento está disponível com os próprios moradores e nos estabelecimentos comerciais das proximidades.

 

Na semana passada, conforme relato dos moradores, um acidente na esquina da Alferes Rodrigo e Silva Jardim trouxe ainda mais preocupação. Não foi a primeira vez em que, depois de uma colisão, um veículo foi parar na calçada e causou danos no prédio existente no local. Na ocasião duas pessoas ficaram feridas e tiveram de ser encaminhadas ao Hospital de Clínicas de Carazinho – HCC.

 

Jairo Storck de Souza é o proprietário do prédio localizado naquela esquina. Ele confirma que os acidentes são rotina. Engenheiro especializado em tráfego, já foi servidor da prefeitura de Carazinho por 32 anos. Hoje aposentado, relata que nos horários do pico, especialmente ao entardecer, o trânsito de pedestres também é intenso já que a região é próxima a escolas. “Além do alto fluxo, a velocidade também é alta, pois são ruas retilíneas. Há um tempo, foi solicitada a instalação de redutores de velocidade, o que não foi aprovado pelo Conselho de Trânsito”, coloca ele.

 

Souza lembra que quando ainda trabalhava na prefeitura participou de um projeto de reformulação do trânsito de Carazinho, entre 2005 e 2006. Nas áreas centrais foram instalados redutores de velocidade, pois na época já havia muitos acidentes, mas a iniciativa não teve continuidade.

 

Além da conscientização dos motoristas, Souza analisa que são necessárias melhorias a fim de melhorar o fluxo de veículos. Citando apenas um exemplo, o engenheiro analisa o gabarito viário da Rua Silva Jardim. “Quando ela vem até a Pedro Vargas (sentido centro/rodoviária) ela tem mão dupla com canteiro central. A partir do La Salle ela “estrangula” e segue mão dupla, com estacionamento dos dois lados. O cálculo de engenharia de tráfico é muito simples: é preciso 3,5m de pista de rolamento – onde andam os carros para cada lado, mais 2,5m para estacionamento. Você não tem isso. Então os problemas se somam”, compara. E continua: “seguindo você chega em frente ao Edifício Nelson. Ali tem duas mãos e um lado de estacionamento. Seriam 9,5m que também não se tem também. Depois sim, se tem a mão única”, reflete.

 

O aumento da frota de veículos, a não implementação de metodologias que inibem a velocidade se somam à realidade do trânsito carazinhense, na visão do engenheiro. Por outro lado, ele reconhece ser uma situação bem complexa.

 

Acidente recente no local deixou duas pessoas feridas (Foto Divulgação)

 

Redutor de velocidade poderia ser solução

A advogada Gabriela Becker Pinto reside nas imediações dos cruzamentos das ruas Alferes Rodrigo e Silva Jardim, e, Alferes Rodrigo e Marechal Floriano. “Como moradora do bairro, posso afirmar que tenho observado um crescente fluxo de veículos e de aglomerações em horários de pico ao longo destes últimos anos, fatores justificados pelo constante crescimento demográfico e aumento da rede urbana na região”, analisa ela. “Ocorre que, também tem aumentado o número de acidentes e colisões nas vias envolvendo motoristas e pedestres. A via perfaz uma das importantes entradas para a Avenida Flores da Cunha, e conecta inúmeros bairros da cidade. Muitas escolas, residências, edifícios comerciais e estabelecimentos estão localizados nestas vias e contribuem para o aumento do tráfego”, contextualiza.

 

Para a advogada, a instalação de um redutor de velocidade poderia ser uma solução eficiente. “Acredito que a solução a ser adotada é a instalação de um redutor de velocidade nestes referidos cruzamentos, entre as Ruas Alferes Rodrigo e Silva Jardim, e, Alferes Rodrigo e Marechal Floriano, no intuito de que o direito fundamental à segurança dos cidadãos seja protegido”, coloca.

 

Falta consciência

A comerciante Tatiani Elizabeth Won Muhlen analisa que o assunto é complexo. Também vizinha do cruzamento, ela acredita que os acidentes são causados por um somatório de fatores. “Maus hábitos dos motoristas, imprudência, as pessoas não têm consciência da importância do cuidado. Cuidar da vida é o mais importante. Faz toda diferença colocar algumas barreiras para que as pessoas que não têm consciência possam passar a respeitar mais, sabendo que existem leis. As barreiras seriam lombadas, redutores, semáforos”, cita ela.

 

Para Tatiani, conscientizar é uma missão difícil pois envolve mudança de hábitos. “Nossa região aqui é bem complicada. Faz sete meses que temos nosso comércio aqui e presenciamos 24h por dias problemas com trânsito. E não somente eu. Toda nossa vizinhança relata coisas de muito tempo. Sabemos que alguns prefeitos tentaram fazer algumas mudanças. Nossa faixa de segurança não está visível e mesmo que estivesse, acho que as pessoas não iriam respeitar”, frisa.

Data: 11/11/2024 - 09:26

Fonte: Mara Steffens

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